Santo António: o monge, o frade, o santo
Na noite de 13 de Junho de 2020: Lisboa, Coimbra e Pádua, as três cidades por excelência antonianas, estiveram unidas, para falar de Santo António.
2020 um ano especial
O ano de 2020 foi um ano especial. Comemoraram-se os 800 anos de um período muito intenso na vida de Santo António: foi em 1220 que Santo António recebeu em Coimbra as relíquias dos Mártires de Marrocos, tomou o hábito franciscano, mudou o nome de Fernando para António e partiu de Portugal para Marrocos. E foi especial também pela forma como se celebrou. Este ano de confinamento, com a festa religiosa e popular condicionada, tornou-se numa oportunidade para refletir sobre a importância e a atualidade do pensamento e vida de Santo António.
Por isso, nesta data de celebração dos 800 anos de mudança na vida de Fernando de Bulhões, evocamos os primeiros anos e a juventude da sua vida.
Na verdade, pouco se sabe da sua infância e adolescência. O que nos chegou refere-se sempre a episódios pontuais, por vezes marcantes e que exprimem uma certa rutura – a cruz que fez na pedra da Sé Catedral de Lisboa para afastar as tentações do demónio, a mudança de Lisboa para Coimbra na busca de tranquilidade, a decisão radical de se tornar franciscano e de mudar de nome, a partida de Portugal, a viagem tempestuosa para Itália.
É o percurso de um jovem, que seguindo as suas inquietações, iniciou os seus estudos na Sé Catedral de Lisboa, depois ingressou nos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho em São Vicente de Fora. Com cerca de 15 anos pediu transferência para Coimbra onde permaneceu mais 10 anos aprofundando os seus estudos e onde conheceu e ficou fascinado pela Ordem Franciscana.
Partiu de Portugal em 1220 e os últimos dez anos da sua vida serão em Itália e sul de França, onde revelará toda a sua eloquência e conhecimento, adotando a cidade de Pádua como sua, a qual lhe ergueu uma magnífica basílica onde permanecem os seus restos mortais.
A reflexão sobre o monge, o frade, o santo, leva-nos a acompanhar o percurso deste jovem numa época extraordinária de abertura ao mundo e, ao mesmo tempo, lança um desafio aos jovens de hoje sobre as respostas a dar na atualidade à eterna inquietação da juventude.

Pedro Teotónio Pereira é coordenador do Museu de Lisboa – Santo António, na Câmara Municipal de Lisboa.
Colaborador assíduo do Mensageiro de Santo António na rubrica Memória e Tradição.
Capa: Diálogos com António 2020. Santo António: o monge, o frade, o santo, com Frei Severino Centomo, Frei Fabrizio, Frei Luciano Bertazzo, Frei Jorge Marques e Pedro Teotónio Pereira.
De 1531, ( Senhora de Guadalupe ), a 2021 , 490 anos, ( mais 300 de S. António, até à Senhora de Guadalupe ) e obtemos os 790 anos de S. António,, afinal, ele, também defensor de Maria, até pelos números, 13, 31…,
com os seus códigos “escatológicos” e significados quase “todos” conhecidos.!
Feliz S.António ( de Lisboa, de Pádua, de todo o Mundo …)