Santo António foi o primeiro português com dimensão europeia. Saiu de Coimbra para Marrocos, naufragou no Mediterrâneo, foi acolhido em Itália, percorreu o Norte de Itália e o Sul de França. Cidadão do mundo, por onde passou foi um defensor intrépido da dignidade humana, não se alheou dos problemas concretos das pessoas, defendeu os frágeis e os oprimidos por todo o tipo de violência, privilegiou a força da palavra contra a força da violência, do ódio e da mentira.
Hoje, cabe aos cidadãos da Europa decidir se querem uma Europa de instituições e estruturas ou uma Europa alicerçada no valor sagrado da pessoa humana. Uma Europa tolhida pelo medo ou alicerçada na esperança? Uma Europa guiada e patrocinada pelo deus dinheiro ou fundada nos valores da política como serviço, da economia como organização da partilha do bem comum e da cultura que respeita e valoriza a diferença?
Inicialmente previsto para decorrer no mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, no dia 3 de abril de 2020, foi adiado para 26 de junho no formato de videoconferência. Foram abordados temas como a herança da Europa, princípios e valores europeus / a União Europeia e a Europa pós-Brexit e pós-pandemia/ na encruzilhada do medo e da esperança / política e cidadania, populismos e nacionalismos / viajantes e migrantes, abertura ao outro e diversidade.
Para dialogar à volta da questão “Ainda tem futuro a Europa, que Europa, que futuro?” estiveram connosco uma jornalista, um político, um viajante, um cientista e um professor universitário. Deixamos aqui algumas reflexões a propósito. O Diálogo integral está disponível em:
Europa para onde vais?
26 de junho 2020