Igreja em saída… ou fuga da Igreja?

Um jornal publicou uma notícia surpreendente: na Holanda, a Igreja católica fecha uma igreja (edifício) por semana!

A notícia não é, porém, tão surpreendente. De facto, também, em Portugal, se assiste a uma diminuição progressiva das pessoas “praticantes” nos cultos dominicais, o que determina o fecho de muitas capelas e igrejas. Lógico perguntar-se: porquê?

A resposta pode ser diversificada, conforme os vários pontos de vista e os factores que determinam esta realidade. Uma coisa, porém, é clara: a Igreja tem dificuldade em penetrar na vida e nos interesses da sociedade ocidental, nomeadamente europeia e norte-americana.

Por outro lado, não deixa de ser igualmente surpreendente a expressão que o Papa Francisco propõe com insistência: a necessidade de uma “Igreja em saída”, afirmando, desta forma, a urgência de uma Igreja que não pode fechar-se sobre si mesma, preocupada apenas com aqueles que lá ficam. Precisa abrir-se corajosamente ao mundo, percorrer os caminhos dos homens, ir “às fronteiras”, onde estão os mais pobres e os marginalizados por uma sociedade violenta e discriminatória.

Diante do perigo de uma Igreja insignificante para uma sociedade repleta de bens, mas profundamente desencantada pelos “paraísos artificiais” que produz, o que se pede à Igreja de Cristo?

O Papa Francisco responde dizendo que é preciso ir ao encontro de Jesus Cristo, o único que pode transformar o nosso vazio em vinho inebriante. Por outras palavras, os cristãos devem voltar ao essencial, ao coração do Evangelho, isto é, ao amor verdadeiro para com Deus e os irmãos. A Igreja deve “esquecer” que é “depositária” de uma doutrina e assumir-se como fonte de água viva, que pode matar a sede do homem do nosso tempo.

Não significa abdicar da sua função de construtora do Reino de Deus, mas seguir as pegadas do Mestre: lançar as sementes com abundância, até nos terrenos pedregosos e habitados pelos espinhos, confiando na força da própria semente e na bondade do Agricultor.

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