O tempo do Advento é marcado por uma grande expectativa: a vinda do Salvador que, comparada à chuva que cai sobre a terra ressequida, infunde um novo alento, faz brotar flores e frutos e enche de alegria o coração do agricultor.
Neste último período de tempo, a nossa Terra e, em particular, o nosso País, experimentaram os efeitos da seca prolongada e assistiram a autênticos desastres ambientais, provocados, na maior parte das vezes, pela incúria e pela ganância do homem.
A tragédia de Pedrógão Grande e de muitas outras terras, feridas nas suas vidas e nos seus haveres, fez derramar muitas lágrimas. Felizmente, a vaga de solidariedade que se levantou de todo o País assinalou uma nota muito positiva: fez renascer a esperança naquelas populações. Na hora da desgraça, aquela gente – os mais humildes e pobres – entendeu que devia estreitar a sua fé n’Aquele que é a Água que sacia verdadeiramente toda a sede da humanidade. O Pároco daquela comunidade confirmou: a tragédia não apagou a fé, bem pelo contrário, robusteceu-a.
O Senhor, que atende o grito do pobre e do humilde da terra, não fica indiferente à sua dor e às suas lágrimas, mas atende-o e enche-o com a sua Paz e a sua Justiça. É este o refrão que a Palavra do Senhor do tempo do Advento repete com frequência. Por isso, não temais, mas alegrai-vos e acolhei-O! Mas, para acolher o Deus que vem, é necessário vigiar, preparar os Seus caminhos.
O tempo do Advento – Natal está marcado por um grande “sim”: o de Maria, a Virgem de Nazaré, que permitiu que o “Verbo” tomasse carne no seu seio. É o exemplo para cada cristão.
A vida cristã é uma contínua atualização do “sim” que atraiu Deus para o mundo. Sim, que permite às portas do Céu abrirem-se para que a chuva da graça do Senhor possa regar a vida ressequida da humanidade e transformá-la num jardim florescente.
O Mensageiro de Santo António deseja aos seus leitores e amigos um Advento grávido de esperança e um Natal cheio de vida e de alegria.