Quando em 1895 o Papa Leão XIII proclama Santo António como “o Santo de todo o mundo”, não está só a esvaziar a eterna “contenda” entre Pádua e Lisboa, mas sobretudo a confirmar a notoriedade deste Santo que é venerado em todo o mundo e que será declarado doutor da igreja em 1946.
A devoção a Santo António iniciou-se ainda em vida e é de tal forma impressiva que será canonizado menos de um ano depois da sua morte. Ficará conhecido em Itália como “Il Santo” (O Santo) e, em Pádua, será prontamente construída uma magnifica basílica para albergar o seu corpo.
Esta veneração cedo chegou a Portugal e se espalhou por todo o país, orgulhando-se Lisboa de ser o local onde tão ilustre figura nasceu. A Câmara de Lisboa torna-se, pelo menos desde o século XIV, proprietária da casa onde Santo António nasceu, onde instala a sede do Senado durante mais de 400 anos. Aí será erguida uma capela, mais tarde igreja e real-casa por ação dos reis D. João II e D. Manuel I.
Nos séculos XV e sobretudo no século XVI, o culto difunde-se por toda a Europa e, com as viagens dos Descobrimentos Portugueses, os frades franciscanos levam a figura de Santo António para todo o mundo. O seu nome será adotado como protetor na fundação de inúmeros conventos e igrejas em todos os continentes. Também a ação evangelizadora dos franciscanos italianos será determinante para a divulgação da devoção a Santo António e para que ainda hoje seja um dos Santos mais conhecidos em todo o mundo.
Disso é testemunho a igreja de Santo António em Lisboa, por onde passam anualmente mais de meio milhão de devotos de mais de 65 países, tornando este santuário um dos mais visitados de Portugal e um verdadeiro cartão de visita da cidade de Lisboa que todos os anos o celebra com as suas festas religiosas e profanas durante todo o mês de junho.
Foto: Medalha em bronze. Autoria: Maria Amélia Carvalheira, Séc. XX, Coleção Museu de Lisboa – Santo António, MA.MED.0006.