O mês de junho, entre nós, é o mês dos santos populares: Santo António, S. João e S. Pedro. Às festas litúrgicas (dia 13 Santo António, dia 24 S. João Batista e dia 29 S. Pedro) estão associados grandes festejos populares que, inclusive, motivaram o dia feriado em várias localidades.
A devoção a estes santos vem de longe e é justificada por muitas razões, que aqui não vamos destrinçar. Queremos, apenas, destacar a primeira figura destas três, Santo António, porque ele é o mentor da nossa revista e o santo mais conhecido em todo o mundo.
O nosso povo tem, na sua linguagem corrente, uma expressão que marca logo esta figura. Quando, diante de um assunto qualquer, não se consegue uma solução e se esgotam todas as capacidades e esforços humanos, sai-se com esta expressão: “Valha-nos, Santo António!”. Que é a mesma coisa que dizer: só Santo António é que nos pode tirar desta situação. Fé, confiança, superstição, magia, crendice? Não entro no mérito da questão, simplesmente, digo: a figura deste santo entrou profundamente na alma do povo, ao ponto de reconhecer-lhe um poder sobrenatural, em benefício daqueles que estão em apuros.
Eis, portanto, como a sabedoria do povo vê a figura de Santo António: alguém que está ao lado do pobre, do necessitado, do infeliz, para o ajudar e para o socorrer na sua angústia. Trata-se de um claro exemplo de prática do mandamento do amor, que constitui o coração da fé cristã e que nos torna verdadeiramente humanos.
No dia 11 deste mês, no Museu de Santo António, em Lisboa, será feito o lançamento do livro António Secreto, a força de um santo. Trata-se de um romance histórico que oferece uma nova visão da figura do Santo. O livro, ao encarnar a personagem no seu contexto histórico, apresenta uma imagem mais genuína do santo, por vezes “utilizado” só em particulares circunstâncias. O livro constitui, portanto, uma boa oportunidade para conhecer melhor o Santo e desfrutar de uma leitura cativante!
Por fim, pensando ainda na situação de guerra e de conflitualidade existente hoje no nosso mundo, não será o caso de interceder junto do Santo que foi defensor dos oprimidos, para que nos ajude a percorrer e encontrar os caminhos da justiça e da paz? Certamente ele não teria ficado alheio perante o que se passa na Ucrânia e em outros países do mundo. Que ele inflame e converta os nossos corações com o seu testemunho de vida! Valha-nos, Santo António!