No dia 12 de maio de 1982, o Papa João Paulo II, por sua iniciativa e devoção, foi recebido pela presidente da Câmara Municipal de Lisboa e demais autoridades, na Igreja de Santo António junto à Sé Catedral. Foi no decorrer da primeira visita do Papa a Portugal e foi um momento simbólico na viagem do Sumo Pontífice, que atestou a importância do santuário em Lisboa, que se ergue no local onde Santo António nasceu, no final do século XII.
A Câmara Municipal de Lisboa quis perpetuar esta visita e, na ocasião, o Papa inaugurou a estátua de Santo António, erigida junto à igreja. É uma estátua da autoria de Domingos Soares Branco, que para além da tradicional imagem de Santo António com o Menino sobre o livro, é complementada com a representação de alguns episódios e milagres mais marcantes da vida do Santo.
Imediatamente se tornou num dos lugares mais importantes de devoção a Santo António e, durante todo o ano, é ponto obrigatório para colocação de velas e outras ofertas, local discreto de orações e pedidos, a que se junta a tradição de lançar uma moeda ao Santo casamenteiro. Se a moeda lançada ficar no livro que o Santo segura, o casamento é certo. O desafio não é fácil, mas a persistência é mais forte.
Mas é nas festas de junho e durante a Trezena a Santo António que estas manifestações – que unem o sagrado e o profano – têm mais fervor. Como é o santo casamenteiro, é na estátua que as noivas dos Casamentos de Santo António vêm colocar o seu bouquet no final da cerimónia, que se realiza na Sé Catedral, a 12 de junho.
No mês em que se evocam os 40 anos da sua inauguração, o Museu de Lisboa – Santo António editou uma investigação coordenada pelo historiador Paulo Almeida Fernandes, que reúne material inédito sobre esta icónica estátua de Santo António e identifica as inúmeras obras que o escultor Domingos Soares Branco deixou na cidade de Lisboa.
Foto da capa: O Papa João Paulo II visita a Igreja de Santo António, em Lisboa e inaugura a estátua de Santo António. © Global Notícias.