Eis que surgem os estandartes do Rei!
Brilha o mistério da Cruz,
pela qual Aquele que é a vida sofreu a morte
e da mesma morte retirou a vida.
A Vida, ferida pela ponta cruel da lança,
para nos lavar das impurezas
deitou água e sangue.
Cumpriu-se o que cantou David
em seu fiel poema,
dizendo às nações:
“Deus reinou pelo madeiro”.
Árvore brilhante e decorosa,
ornada com a púrpura do Rei,
eleita para tocar tão santos membros
com seu digno tronco.
Feliz aquela em cujos braços
pendeu o preço do mundo,
tornada balança do corpo,
resgatou as presas do inferno.
Ave, ó Cruz, única esperança!
Neste tempo da Paixão,
aumentai aos piedosos a graça
e destruí os crimes dos réus.
Que todo espírito louve a Ti, Trindade,
fonte de salvação: e àqueles
aos quais concedeis a vitória da Cruz,
dai-lhes também o prémio da vida eterna.
Ámen.
Foto: Vexilla Regis, Os estandartes do Rei. Cristo crucificado, sacristia da Igreja do antigo Convento de Órgens, Viseu. Foto MSA 2022.